Terapias alternativas e Religiosidade
*Mauro Ferreira (UMESP-Universidade Metodista de São Paulo)
É impossível negar as praticas das terapias alternativas com a fé, a
religião e a doença.
Por outro lado,
é difícil encontrar um país no mundo antigo
onde este tema ou pratica não possa ser encontrada. Tal pratica, foi e continuam sendo impregnando em um
sistema conhecido terapias a partir de elementos que não sejam os remédios
industrializados.
Tais práticas não foram
iniciativas apenas dos orientais como japoneses e chineses, mas uma pratica que
remonta milhares de anos atrás na Babilônia, Pérsia, Hindustão, Ceilão, Burma,
Java, Arábia, Síria, Ásia Menor, Egito, Etiópia, Grécia, México, Peru etc.
Muitas provas do mesmo
efeito, apontaram para a origem comum dos seus sistemas terapêuticos baseados em elementos minerais,
vegetais e até mesmo por imposição de mãos como os magos do oriente faziam.
Mas alguém poderia
perguntar: Onde entra a religião ou a fé neste tema?
A resposta é simples.
Primeiro porque a religião está impregnada em quase todo o planeta na suas mais
variadas formas e contem um pressuposto de terapia (cura) nos seus mais
diversos campos.
Por outro lado, religião
possui um significado social singular, sua força movimenta os mais diversos
problemas sociais e pessoais do planeta.
Sem questionar a subjetividade da cada crença, nosso
desejo é trabalhar a interdisciplinaridade deste termo com a questão da terapia
alternativa.
Apesar
de todo o avanço científico, o fenômeno das terapias alternativas sobrevive e
cresce, desafiando a medicina tradicional e os compêndios científicos, o que em
certa medida são produtos das pesquisas alternativas.
Há estudiosos que tratam as
terapias alternativas de forma reducionista limitando-a como um elemento de
relações sociais ou resultado apenas da vida subjetiva do individuo.
Há porem, cientistas
que preferem estudá-las singularmente, individuando-as no seu contexto. O
problema aparece quando se pretende fazer analogias ou aproximações que
resultam de interpretações com critérios diversos: alguns as consideram como
produto de encontros e influências entre o senso comum. Outros procuram,
através de confrontos, descobrirem o que distingue o conceito da prática e sua
validade através dos critérios de verificabilidade e experimentação.
Como bem dizia Henri Bérgson: A Ciência tira conclusões sobre as coisas muitas vezes de
forma precipitada sem levar em conta as evidências de experimentação, dedução
lógica, e pensamento racional a fim de examinar as coisas.
Certa vez Kant ao fazer “crítica
à razão pura” formula as seguintes proposições:
“A razão
não pode deixar-se arrastar pela natureza. Ao contrário, é ela que deve mostrar
o caminho [...] obrigando a natureza a dar respostas às questões que ela mesma
propõe. A razão [...] se aproxima da
natureza [...] como um juiz que obriga a testemunha a responder questões que
ele mesmo formulou.”
Discussão
Hipócrates
filosofo grego considerado o “Pai da medicina” diz que há um equilíbrio entre os diversos organismos e o
equilíbrio destes organismos com o meio ambiente.
Esta síntese
de Hipocrates só foi concretizada após a Revolução Industrial, que gerou
mudanças tecnológicas, econômicas e sociais, trouxe mudanças no modo de se
tratar e compreender a saúde. Tempo que entrou em vigor as idéias de grandes
pensadores que buscavam auxiliar no desenvolvimento da sociedade, influenciando
a área da saúde. Um desses pensadores foi René Descartes que afirmou “Não se
pode conhecer o todo, sem o conhecimento das partes”, pensamento que foi
seguido pela medicina Ocidental, que é dividida em especialidades médicas, já a
medicina Homeopática trata o indivíduo como um todo, levando em consideração a
sua maneira de reagir diante dos agentes causais da doença, assim como alegou
Blaise Pascal “é impossível conhecer o todo sem o conhecimento das partes, da
mesma maneira é impossível conhecer as partes sem conhecer o todo”.
A saúde é um direito complexo que envolve
condições biológicas, psicológicas e sociais. Segundo a Organização Mundial da
Saúde “é o completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência
de doença”. Visto isto, a saúde envolve
fatos como não ficar doente e ter o completo bem-estar físico e social, papel
que deveria ser exercido pelo Estado, que tem a obrigação de oferecer serviços
acessíveis a toda à população, que resolvam os problemas e que sejam eficazes e
eficientes. Obrigações estas que são baseadas de acordo com a Constituição
Federal que alega “ser a saúde direito de todos e dever do Estado, garantindo
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para promoção, proteção e recuperação”, artigo 196. O cidadão por sua vez deve
ter conhecimento de seus direitos bem como de seus deveres, buscando uma
harmonia com o Estado, assim como a pesquisa realizada pelo IBOPE no Brasil em
2000. (em anexo)
Como garantir a saúde do povo brasileiro
diante de tantos problemas vividos pela população que implica em não ficar
doente tais como: saneamento básico que acaba não sendo acessível a todos;
moradia adequada, boas condições de trabalho levando em conta alga carga
horária, e baixa remuneração, mais segurança, educação e acesso a alimentação
de forma adequada?
Baseando em ser a moral o conjunto de
normas, regras e leis que orienta o comportamento dos seres humanos em
sociedade e a ética, sendo uma reflexão crítica sobre a moralidade, no direito
a saúde, elas caminham lado a lado?
"Os
homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para
recuperar a saúde; Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de
tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro; Vivem como se
nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido." Como na frase
Buda, as pessoas acabam por buscar melhores condições de vida, e deixam em
segundo plano a saúde, o bem fundamental para a vida.
Muito se têm discutido sobre temas
relacionados a saúde e a ética exercida dentro dela. Podendo assim abrir
divergências de opiniões e conceitos em questões éticas e morais dobre tais
temas:
Relação da Religião e saúde
Atualmente, médicos e pacientes concordam que tanto a
Religião e as terapias alternativas em
casos de cura de doenças é extremamente positiva. As pesquisas científicas
demonstram que o efeito da espiritualidade na saúde não precisa ser limitado
quando há dificuldade de cura. A fé pode sim ser preventiva.
Grandes médicos falam sobre a cura pelas terapias
alternativas e a espiritualidade para a
qualidade de vida, afinal as pessoas usam a Religião para compreender melhor o
sentimento da fé, mas a fé não “precisa ser atrelada à Religião”.
Para esses médicos, há necessidade de superar de vez o
divórcio entre ciência e espiritualidade e fazer da fé dos pacientes um
procedimento padrão essencial da nossa Medicina.
Se não for por uma questão humanista, que seja por uma
razão econômica. Já existem pesquisas que mostram que os pacientes terminais
com câncer que exercem a espiritualidade, por exemplo, dão menos custos para os
hospitais do que outros com o mesmo perfil, mas não têm fé.
As Religiões são muito claras na relação com as doenças.
Constantemente, há comentários com hábitos alimentares, circuncisão, uso de
álcool e etc e isso apresenta um impacto importante na qualidade e padrão de
vida das pessoas. A grande questão é tentar explicar alguns fenômenos que
sabemos que existem, mesmo sem saber como e porque, de qualquer forma, eles
estão documentados.
Enfim, existem preconceitos médicos em repercutir todas
essas questões, mas a ciência está aí para estudar tais fenômenos. Já dizia
Albert Einstein: “é mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito”. Talvez
estejamos começando este processo, a Medicina Tradicional é complementada pela
espiritualidade e vice-versa.
.....[...]
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